Estratégias para promoção da Felicidade e Bem-Estar não podem ser focadas exclusivamente na idéia de que, ao disponibilizar informação já seria o suficiente para dar aos indivíduos poder de mudar seus estilos de vida.
O processo racional é necessário sim, mas não é suficiente para que ocorram transformações efetivas. O pensamento e a prática neste sentido precisam incorporar aspectos não racionais!
Em outras palavras, informação é importante, mas sozinha, não muda comportamento, por que as pessoas encontram obstáculos neste novo hábito. Portanto, saber mapeá-los e aprender sobre eles, aumentam as chances de transformá-los.
Uma abordagem que vem sendo cada vez mais utilizada nas diferentes iniciativas, inclusive na saúde, é a aplicação de conceitos da Economia Comportamental, uma vez que, ela estuda e propõe possíveis intervenções para transformar a consciência em ação.
Você não pode mudar como os outros pensam, mas você pode dar-lhes uma ferramenta para usarem, a qual os levará a pensar de forma diferente.” (Livro: A Quinta Disciplina).
A Teoria do Nudge cumpre este papel. Ela é uma aplicação da economia comportamental na forma de apresentação das informações, para guiar as escolhas das pessoas em uma direção que produza efeitos mais positivos, tanto individual como coletivamente.
Nudge é uma palavra de origem inglesa que significa “empurrão” ou “cutucão” em sua tradução literal. De acordo com Thaler e Sunstein (2019, p. 14): “Nudge é qualquer aspecto da arquitetura de escolhas capaz de mudar o comportamento das pessoas de forma previsível, sem vetar qualquer opção e sem nenhuma mudança significativa em seus incentivos econômicos”.
Ainda segundo os autores, manipulações e coerções devem ser banidas do processo. Para eles, a melhor forma de se evitar ou reduzir desenhos ruins de intervenções para a aplicabilidade de Nudges é dar liberdade de escolha aos cidadãos e consumidores.
Se você quer que alguém faça algo, facilite essa ação.
Um exemplo bastante conhecido da aplicação do Nudge foi para melhorar a alimentação das crianças nas escolas nos Estados Unidos. Alguns testes identificaram que o consumo de maçã aumentou 60% quando as frutas eram servidas fatiadas. Isso mostrou que estímulos simples e de baixo custo influenciam o comportamento do consumidor.
Muitos cientistas comportamentais conduzem experimentos sobre os temas Felicidade e Bem-Estar, criando hipóteses sobre o impacto destas trocas nos nossos níveis de satisfação. A priorização de uma situação a outra se aproxima muito do que entendemos por escolha pela Felicidade.
Paul Dolan, um estudioso da área que trabalha junto ao governo britânico na criação de políticas de bem-estar para a população, propõe que pequenas alterações de contexto podem aumentar significativamente o nosso nível de felicidade. Algumas dessas alterações passam por instigar decisões melhores e utilizam também os Nudges como base.
Em um Programa de Felicidade e Bem-Estar do trabalhador, o Chief happiness Officer (CHO) devidademte capacitado, pode assumir o papel de arquiteto de escolhas e desenhar e organizar o contexto nesta defesa. É Preciso ser criativos e científicos para encontrar formas que estimulem a mudança desejada nos comportamentos dos indivíduos.