Promover saúde, felicidade e bem-estar requer o letramento do indivíduo para participar ativamente na melhoria da sua qualidade de vida.
Mas esta é também uma responsabilidade das organizações. A OMS aponta que as condições de trabalho estão relacionadas com a situação de saúde do indivíduo, por isso faz-se necessário cultivar estratégias que impactem positivamente.
Visões recortadas, programas compartimentalizados, estigma com a doença mental e atuação reativa. Estas são realidades presentes no contexto do trabalho. É preciso mudar este cenário, trazer para o centro do assunto, o trabalhador e toda sua integralidade, e não doenças em si.
Minha sugestão para fazer isso na prática, é começar atacando estes pontos:
1- Conhecimento do púbico alvo: Neste ponto cabe ressaltar que não adianta ter dado, se ele não gera uma informação e principalmente uma ação. O objetivo é trabalhar com predição e não com reação. Além disso, o mapeamento não é diagnóstico. É um retrato para elaborar um plano de ação.
2- Oportunizar os pontos de contatos com a saúde ocupacional: Realizar screening, fortalecer a educação em saúde e implementar o autocuidado apoiado.
3- Escutar o empregado: Muitas vezes o baixo engajamento nas ações de saúde deve-se a implementação de ações que não fazem sentido para o trabalhador. Nada melhor que escutá-lo de forma ativa e entender sobre as suas necessidades, valores e prioridades. Além de ser uma ação ao alcance de todos, pode evitar gastos desnecessários.
4- Ter a liderança como um parceiro forte: A comunicação feita pela liderança pode ter maior poder de alcance que a da própria marca empregadora, afinal, pessoas conectam com pessoas.
5- Tornar as iniciativas vivas: Não deve ser um programa com início, meio e fim, muito menos ações isoladas e pontuais. Iniciativas contínuas acarretam menos gerenciamento de crise.
6- Ter cultura de saúde forte: Cultura de saúde não é sinônimo de cultura organizacional, mas é incontestável que deve fazer parte dela. A saúde precisa ser valor e estar na consciência de todos. Os empregados devem entender que precisam ter responsabilidade com sua saúde para pertencer a um grupo.
7- Não esperar condição ideal : A hora é agora! O importante é começar, atuando em ações de baixo custo, inclusive. Por exemplo: Ninguém trabalha em paz com dívidas, concorda? Se sua empresa não pode contratar um programa de assistência ao empregado – PAE, por que não começar disponibilizando orientações, mini-cursos, mentorias internas com profissionais voluntários?
8- Ter métricas apropriadas: Explorar indicadores que já fazem parte do sistema de gestão como, sinistralidade com plano de saúde, FAP, turnover, absenteísmo, presenteísmo. Incluir também análises sobre entrevistas de desligamentos, relatos no glassdoor, processos trabalhistas, ouvidoria, pesquisas de clima e pesquisas de pulse regular. Incluir outras métricas que fizerem sentido.
Bom... acredito que seja um bom começo! No fim do dia o que existe é uma pessoa que precisa de cuidados. A saúde precisa fazer parte da estratégia do negócio e o trabalhador precisa ser colocado neste centro.
REFERÊNCIA: Organização Mundial da Saúde. Ambientes de trabalho saudáveis: um modelo para ação: para empregadores, trabalhadores, formuladores de política e profissionais. Brasília: SESI/DN