É fato que muitas organizações se posicionam de forma efetiva quanto a prevenção de acidentes no trabalho, sendo um assunto muito bem internalizado em todos os níveis hierárquicos. Mas por que ainda não há o mesmo resultado na promoção da saúde mental?
Confesso que não consigo achar normal o seguinte cenário:
- 32% dos trabalhadores brasileiros sofrem com Burnout (Associação Internacional de Controle do Estresse - Isma-BR).
- Os transtornos mentais e emocionais são a segunda causa de afastamento do serviço (ANAMT).
- A concessão de auxílio-doença acidentário devido a tais males aumentou em quase em 20 vezes (Ministério da Previdência Social).
- Os gastos relacionados a transtornos emocionais e psicológicos podem chegar a 6 trilhões de dólares até 2030 em todo o mundo (Fórum Econômico Mundial).
- Sobre o absenteísmo há impacto em todo o time que passa a assumir as atividades do empregado afastado. Sendo que os superiores ficam 15% menos produtivos e os colegas, 30% e quase metade das ausências reflete-se em horas extras dos que ficam (Sociedade americana de recursos humanos - SHRM)
- Apenas 18% das empresas possuem algum tipo de ação voltada para a saúde mental de seus colaboradores (Exame)
Não seria mais humano e sustentável investir em ações preventivas? Não me refiro a disponibilizar apenas psicoterapia pelo plano de saúde ou meditações. Chamo a atenção para mudanças no contexto organizacional.
Para romper esta bolha, deixo algumas possibilidades:
- Desenvolva uma cultura corporativa que englobe a promoção da felicidade e bem-estar.
- mitigue fatores de sofrimento, mal-estar e infelicidade
- Inclua a Saúde mental como meta corporativa
- Aborde assuntos sobre depressão, estresse e outros transtornos mentais com naturalidade, como qualquer outra doença física.
- Prepare a liderança para oferecer um ambiente de trabalho de apoio e psicologicamente seguro.
- Crie canais de escuta e acolhimento
- Controle o excesso de demanda e tarefas.
Vale ressaltar que cabe aos empregados a responsabilidade pelo autoconhecimento e desenvolvimento da inteligência emocional. No entanto, iniciativas isoladas e que dependem apenas do indivíduo não resolverão o problema. É preciso atuar em uma perspectiva ampla e quebrar o tabu.
Pessoas saudáveis é que possibilitam uma organização saudável!